O problema da dieta moderna, e a falta de fibra no refinamento dos grãos

Toda a minha leitura até aqui, deixa bem claro que, entre pesquisas e mais pesquisas, podemos chegar à conclusão que a alimentação moderna no Ocidente, uma dieta rica em açúcares, farinhas refinadas, e nosso estilo de vida pós-industrializados revelam um grande número de condições de saúde de uma forma geral, e grandes efeitos com impacto negativo relacionado à saúde do intestino. Uma vez que, diversos efeitos nutricionais são mediados por bactérias intestinais.

Apesar de alguns pesquisadores mencionarem a falta de fibra na alimentação moderna (ocidental) comparada à alimentação tradicional de 40 anos atrás, dos nossos antepassados, ou até mesmo a dieta que nossos avós ou bisavós comiam, assim como dos povos da área rural; ainda acho que o problema maior não está somente na falta de fibras. Os povos que consumiam grãos, comiam os grãos inteiros, todas as formas de grãos que não haviam tido sua fibra arrancada. Ainda que fossem moídos ou cultivados. No entanto, isso mostra que o simples fato de adicionarmos fibra de volta à nossa dieta moderna não restabelecerá a sublime saúde dos nossos antepassados. De forma alguma os pesquisadores estavam totalmente errados quando disseram 'falta de fibra', até porque as fibras parecem não estar mais tão presentes nos alimentos modernos, então simplesmente, adicionar fibra de volta em nossas dietas pode não ser a resposta. Principalmente as fibras vindas dos grãos, que tanto martelam na nossa cabeça. Serão eles a solução mesmo?

Glúten

Não há dúvida que os grãos que contêm glúten, em especial o trigo, é altamente um dos alimentos mais consumidos no mundo ocidental.

Não é para menos, pois os alimentos que contem glúten, grãos e cereais, e mais uma vez o trigo em primeiro lugar, estão como base na pirâmide alimentar, claramente devido à política agrícola.

Como se não bastasse, através das principais mídias de massa, os grãos integrais sempre serão consagrados como um dos alimentos mais saudáveis, e nos fazendo acreditar que precisamos consumi-los para alcançamos uma saúde de verdade. Cadê a propaganda do brócolis?

Porém, quando se trata da saúde do intestino, já é sabido, que o consumo não só de trigo, mas de qualquer outro alimento que contém glúten, pode ocasionar danos severos às paredes intestinais, principalmente se o mesmo já estiver comprometido.

Ainda que ouvimos muitos nutricionistas e profissionais da saúde dizerem, que o trigo e o glúten só fazem mal para celíacos (pessoas com intolerância ao glúten), devemos nos atentar a estudos e pesquisas e até mesmo como essas pessoas se tornaram intolerantes.

Em 2006 uma pesquisa feita na Universidade de Maryland, conduzida pelo Centro de Pesquisa em Biologia da Mucosa concluiu que uma proteína na fração de glúten do trigo (chamada gliadina) pode causar permeabilidade intestinal nas membranas mucosas, tanto celíacas como não celíacas.

Este estudo ainda provou que o glúten do trigo afeta a regulação da zonulina (uma proteína responsável por modular a estrutura e a permeabilidade do revestimento intestinal) criando os tais 'buracos permeáveis' dentro da parede intestinal levando à doenças autoimunes. O mais mais interessante deste estudo revelou que, independentemente da sua condição autoimune, indivíduos com resultados geneticamente suscetíveis, ou de outros fatores, a gliadina contribui para a permeabilidade intestinal em todas as pessoas.

Houve também a tentativa de resolver alguns problemas da fome no mundo. Nos anos 70 o trigo foi submetido à rodadas intensivas de experimentos de hibridização ( fenômeno que ocorre com o átomo de um determinado elemento químico, permitindo que ele realize um número maior de ligações), e isso foi o que ocorreu com o glúten. Essa é a razão a qual você escute tantos especialistas dizerem que houve uma alteração, a tão famosa expressão, "geneticamente modificado"e que hoje contém muito mais glúten do que havia no trigo original, e produz dez vezes mais o rendimento do grão antigo.